fbpx

Baby blues, depressão pós-parto e psicose pós-parto

Como reconhecer o problema e procurar ajuda

A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo.

“Baby blues não se trata de uma doença, já que acomete a maioria das mulheres, mas também homens e até os bebês, que têm de se adaptar à chegada ao mundo. Dizemos que o baby blues é benigno, porque, apesar de estar ligado às adaptações do pós-parto na mulher, ele regride sozinho”, Segundo a psicóloga Vera Iaconelli, do Instituto Gerar – fonte Natura.

Para ela, muitos dos sintomas são advindos da falta de sono e da exaustão, mas todos são processos adaptativos, ou seja, você se acostuma à nova rotina. “Ele costuma durar uma média de um a três meses. A partir daí, a mulher volta ao humor normal, sozinha, sem tratamento”, pontua.

Depressão pós-parto

Ao contrário do baby blues, a depressão é considerada um quadro grave de tristeza que pode trazer pensamentos suicidas ou homicidas e ocasionar doenças psicossomáticas

Nem sempre é fácil para quem está no entorno perceber que as mulheres estão doentes, justamente porque elas tendem a disfarçar para mostrarem que são capazes. Na cabeça da mulher, tudo parece um pouco constrangedor estar triste, infeliz e pensando coisas terríveis depois de ter tido um bebê.

As duas modalidades podem acontecer com qualquer mulher, principalmente diante de um momento de transformação e novidade dessa magnitude. “Claro que homens e mulheres que já tiveram depressão em outros momentos de crise têm mais chances de desenvolver a depressão. Por isso, é importante ficar atento.”

Geralmente, as pessoas procuram ajuda profissional quando já têm conhecimento de que essas somatizações e fobias podem acontecer depois do nascimento de um bebê.

É importante ter sensibilidade para observar e procurar a opinião de um especialista que poderá reconhecer e diferenciar os sintomas.

Causas

Não existe uma única causa conhecida para depressão pós-parto. Ela pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais. No entanto, a principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidezOutros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão pós-parto:

  • Privação de sono;
  • Isolamento;
  • Alimentação inadequada;
  • Sedentarismo;
  • Falta de apoio do parceiro;
  • Falta de apoio da família;
  • Depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais;
  • Vício em crack, álcool ou outras drogas.

No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre as causas do problema.

Diagnóstico

O diagnóstico da depressão pós-parto é basicamente clínico, feito com observação nos sintomas e situação em específicos. Esse transtorno é considerado um subtipo de depressão maior. Para ser considerada depressão pós-parto, os sintomas devem surgir até quatro semanas após o nascimento da criança. Durante avaliação clínica individual, conforme cada caso, o médico psiquiatra pode diagnosticar a depressão pós parto, a depressão ou outro tipo de transtorno mental que tenha sintomas semelhantes.

Além disso, para distinguir entre um caso de curto prazo e uma forma mais grave de depressão, o profissional de saúde especializado (psiquiatra) pode pedir para você preencher um questionário de triagem de depressão e pedir exames de sangue para determinar se há presença de alguma disfunção da tireóide ou outros tipos de hormônios no organismo.

Fatores de risco

  • Histórico de depressão pós-parto anterior;
  • Falta de apoio da família, parceiro e amigos;
  • Estresse, problemas financeiros ou familiares;
  • Falta de planejamento da gravidez;
  • Limitações físicas anteriores, durante ou após o parto;
  • Depressão antes ou durante a gravidez;
  • Depressão anterior;
  • Transtorno bipolar;
  • Histórico familiar de depressão ou outros transtornos mentais;
  • História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma grave de tensão pré-menstrual (TPM);
  • Violência doméstica.

Sintomas

  • Perda de interesse ou prazer em atividades diárias;
  • Perda de interesse ou prazer em atividades/coisas/pessoas que antes gostava;
  • Pensamento na morte ou suicídio;
  • Vontade súbita de prejudicar ou fazer mal ao bebê;
  • Perda ou ganha de peso;
  • Vontade de comer mais ou menos do que o habitual;
  • Dormir muito ou não dormir o suficiente;
  • Insônia;
  • Inquietação e indisposição constante;
  • Cansaço extremo;
  • Sentimento de indignação ou culpa;
  • Dificuldade de concentração e tomada de decisões;
  • Ansiedade e excesso de preocupação;

Prevenção

A melhor forma de prevenir a depressão pós-parto é cuidado de si mesma e da saúde mental. Entre as condutas a serem tomadas estão:

  • Peça ajuda de outras pessoas para que você consiga dormir bem, manter uma alimentação saudável, fazer exercício físico e receber apoio na medida do possível;
  • Arranje tempo de qualidade para si mesma(o);
  • Mantenha pensamentos positivos, sempre;
  • Evite o isolamento;
  • Fique longe de cafeína, álcool e outras drogas ou medicamentos, a menos que recomendado pelo seu médico;
  • Se você está preocupado com a depressão pós-parto, faça seu primeiro check-up pós-natal o mais breve possível após o parto.

Tratamento

O tratamento da depressão pós-parto é feito individualmente, conforme cada caso, com medicamentos antidepressivos combinados com psicoterapia. O aconselhamento e apoio da família, parceiro(a) e amigos é fundamental, pois ajuda a tratar e a prevenir depressão, depressão pós-parto e depressão durante a gravidez. Para o tratamento ser eficaz, é recomendado que ambos os pais participem de todo o processo.

Existem, também, psiquiatras e psicólogos especializados no tratamento de depressão pós-parto. Todo o tratamento é oferecido de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Conforme cada situação, também podem ser recomendados:

  • Presença de um(a) babá durante meio período ou tempo integral;
  • Exercícios para fortalecer os laços entre paciente e bebê;
  • Terapia hormonal.

PSICOSE PÓS-PARTO

É a condição grave mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto.

No caso de psicose pós-parto, é necessário, também, tratamento imediato, muitas vezes hospitalar. Quando a segurança da paciente está garantida, uma combinação de medicamentos – como antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor – pode ser usado para controlar os sintomas. Às vezes, a eletroconvulsoterapia é recomendada também. O tratamento para a psicose pós-parto pode afastar a mãe do bebê por muito tempo e tornar a amamentação difícil e alguns medicamentos utilizados para tratar a psicose pós-parto não são recomendados para mulheres que estejam amamentando.

No Sistema Único de Saúde (SUS), os profissionais são capacitados para identificar, no pré-natal, sinais e fatores de risco que podem levar a gestante a desenvolver depressão após o nascimento do bebê. As equipes de Saúde da Família podem solicitar o apoio matricial dos profissionais de saúde mental, por intermédio do Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf) ou de outras equipes de saúde mental do município. Alguns casos considerados mais graves, que precisem de um cuidado intensivo, devem ser encaminhados aos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) ou outros serviços de referência em saúde mental do município ou da região.

Os casos que apresentem riscos, como de suicídio ou de infanticídio, devem ser encaminhados para a internação, de preferência em hospital geral.

Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:

  • Desconexão com o bebê e pessoas ao redor;
  • Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo;
  • Pensamento confuso e desorganizado;
  • Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa;
  • Mudanças drásticas de humor e comportamento;
  • Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas;
  • Pensamentos delirantes e irreais.

Importante: Se há histórico pessoal de depressão, depressão pós-parto, psicose pós-parto ou transtorno bipolar, é importante acompanhar com o médico de perto antes mesmo dos sintomas começarem.

Importante: Toda mulher que dá à luz pelo SUS é acompanhada em seu puerpério pela Estratégia Saúde da Família, independentemente de ter sintomas ligado à depressão. Toda mulher tem direito a receber tratamento gratuito pelo SUS, independentemente do local onde o pré-natal e o parto foram realizados, assim como esse direito também é assegurado a qualquer cidadão que necessite de tratamento relacionado a depressão.

Fonte: Ministério da Saúde | Natura

Compartilhar com:

PinterestLinkedInFacebookTwitterEmailPrint