Cientistas acreditam que resíduos de PET foram encontrados em maior quantidade nos dejetos de bebês por conta do hábito de morder objetos como chupetas e brinquedos
Pequenos pedaços de plástico com menos de 5 mm de tamanho são chamados de microplásticos. Esses resíduos potencialmente danosos à saúde foram detectados em uma concentração 10 vezes maior nas fezes de crianças do que nas de adultos. O resultado do experimento foi publicado na revista científica Environmental Science & Technology Letters.
São pesquisas complexas que requer todo aparato tecnológico para identificar a quantidade de microplásticos que o nosso corpo está absorvendo, mas é possível sim, identificar os efeitos e descobrir quais os bons exemplos de substituição do plástico.
No mês passado, cientistas holandeses realizaram várias pesquisas, e foi identificado em animais, um elevado número de reações e inflamações provocados pelo acúmulo da substância. No entanto, o plástico na resolução de 1nm nanómetro – resultado da sua degradação, pode facilmente penetrar no nosso corpo, já encontrado na placenta e pulmões.
Especialistas da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, usaram espectrometria de massa para medir os níveis de microplásticos compostos de policarbonato (PC) e de polietileno tereftalato (PET) em fezes de seis crianças de 1 ano de idade e 10 adultos. Eles também consideraram amostras de mecônio, o primeiro excremento eliminado por recém-nascidos.
Os cientistas identificaram pelo menos um tipo de microplástico em todas as amostras. As concentrações de microplásticos de PET eram 10 vezes maiores nas fezes de crianças do que nas de adultos. Em relação à quantidade de resíduos de PC, nenhuma diferença significativa foi notada entre os dois grupos.
Os pesquisadores acreditam que as crianças foram expostas a maiores quantidades de microplástico pois utilizam mordedores, garrafas, brinquedos e chupetas. “Sabe-se que crianças de um ano de idade costumam mastigar produtos e roupas de plástico”, escreveram os especialistas.
A equipe ainda cita estudos anteriores que indicam que fórmulas infantis feitas em mamadeiras de polipropileno podem liberar milhões de microplásticos. “Muitos alimentos processados para bebês são embalados em recipientes de plástico, que constituem outra fonte de exposição a crianças de um ano”, citaram também os cientistas.
Ainda não se sabe ao certo qual é o impacto dos microplásticos na saúde humana, embora pesquisas apontem que as menores partes desses resíduos podem atravessar as membranas celulares e entrar na circulação sanguínea. Em agosto, um estudo mostrou também que essas partículas de plástico podem absorver e liberar metais e íons metálicos, com o risco de afetarem a vida aquática.
Fonte Revista Galileu / Jornalista André Trigueiro @andre_trigueiro