Por que a regulação emocional virou prioridade nas famílias e escolas.
Nos últimos anos, um novo olhar tem ganhado força entre pais, educadores e especialistas em infância: o de que ensinar uma criança a lidar com suas emoções é tão essencial quanto ensiná-la a andar ou falar. O desenvolvimento emocional na primeira infância deixou de ser um tema secundário para ocupar o centro das atenções – tanto nas casas quanto nas escolas.
Entendendo o que é regulação emocional
Regulação emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e lidar com as próprias emoções de forma saudável. Ao contrário do que muitos pensam, essa habilidade não surge naturalmente – ela é ensinada e construída desde os primeiros anos de vida. E quanto mais cedo for estimulada, mais chances a criança terá de crescer segura, empática e emocionalmente equilibrada.
Como os pais podem apoiar desde o primeiro ano
Mesmo os bebês, antes mesmo de falarem, já sentem e expressam emoções. A chave está em ajudar a nomear o que estão sentindo: “Você está frustrado porque queria o brinquedo, né?”, ou “Está tudo bem ficar triste, mamãe está aqui com você”. Esse tipo de acolhimento ensina, desde cedo, que todas as emoções são válidas e que não é preciso escondê-las.
O vínculo como base da segurança emocional
Sabe aquela birra no meio do supermercado? Muitas vezes é a única forma que a criança pequena encontra para comunicar um turbilhão de sentimentos que ainda não consegue nomear. Nessas horas, acolher é mais eficaz do que reprimir. O famoso “colo” é, sim, uma ferramenta poderosa de regulação emocional – porque transmite segurança, presença e empatia.
Escolas e mídia infantil também têm um papel
Felizmente, muitas escolas têm incluído a educação socioemocional em seus currículos, com atividades que ajudam as crianças a identificar emoções, trabalhar a empatia e aprender a resolver conflitos. Até mesmo a mídia infantil tem evoluído nesse sentido, com desenhos e livros que abordam sentimentos de forma lúdica, como O Mundo de Elinor ou Daniel Tigre.
Técnicas de Regulação para Cada Fase
- De 0 a 2 anos: Nomeação das emoções, contato físico, rotina previsível.
- De 2 a 4 anos: Histórias, jogos simbólicos, fantoches e validação emocional.
- De 4 a 6 anos: Respiração consciente, “cantinho da calma” e expressão artística.Cada fase traz desafios diferentes – e também novas oportunidades para ensinar a criança a reconhecer o que sente e como lidar com isso.
Pais emocionalmente presentes fazem toda diferença
Não dá para falar de desenvolvimento emocional infantil sem falar da saúde mental dos cuidadores. Uma mãe ou pai que está sobrecarregado, sem apoio ou em sofrimento emocional pode ter mais dificuldade para acolher o filho.
Por isso, cuidar de si também é cuidar do outro. A criança aprende, principalmente, pelo exemplo.
Conclusão: Emoção não é frescura, é fundamento
Falar de sentimentos deixou de ser tabu.
Hoje sabemos que desenvolver a inteligência emocional na infância é um investimento para a vida toda. Crianças que aprendem a lidar com o que sentem crescem com mais autoestima, autonomia e empatia.
E tudo começa no colo, na escuta e na presença.
