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Segurança na água

Não queremos um verão como os anteriores!

Essa campanha para a Prevenção de Afogamentos/2018 divulgada através da APSI, Associação para a Promoção da Segurança Infantil, percorreu o mundo e aponta que o afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças… Um assunto preocupante e que merece total atenção nesta época do ano. Afinal, com a chegada do verão, todos querem se refrescar, o que aumenta o fluxo nas piscinas e banhos diários: cuidado com os excessos! Por isso, em hipótese alguma, não se distancie do seu pequeno…
As crianças que são hospitalizadas apresentam normalmente um prognóstico reservado e, nos casos de sobrevivência,  podem apresentar lesões neurológicas permanentes com impacto a diferentes níveis (saúde, sociais, econômicos). Muitas vezes isso compromete a qualidade de vida da criança e da família.

“Alguns segundos são suficientes para uma criança se afogar. Uma criança bem pequena se afoga em menos de um palmo de água e não faz barulho ou pede ajuda: afoga-se em completo silêncio”.

A APSI é uma associação privada sem fins lucrativos em Portugal. Líder de opinião nas áreas da segurança na água e recreação, como também todo meio de transporte de crianças. Trabalha na execução de comportamentos e práticas para estabelecer um ambiente seguro e produtos que garantam às crianças e jovens um crescimento saudável. “O seu objetivo principal é reduzir o número e a gravidade dos acidentes e das suas consequências nestas faixas etárias”.
“Foi responsável pelo desenvolvimento em Portugal, do Plano de Ação de Segurança Infantil, tendo assumido, ao lado do agora extinto Alto Comissariado da Saúde, entre Dezembro 2008 e Dezembro de 2011, a sua coordenação técnica”.

Segurança na Água

É um acontecimento trágico, rápido e silencioso, mas que pode ser evitado.

Abaixo relacionamos algumas recomendações, conforme a campanha realizada pela APSI orientando a melhor forma de proteger as crianças e afastá-las de qualquer perigo.

BRINCAR NA ÁGUA EM SEGURANÇA

O afogamento de uma criança é um acontecimento rápido e silencioso.

  • Perto de água não perca as crianças de vista nem por um segundo. Redobre a vigilância com as crianças mais novas ou com necessidades especiais.
  • Nunca deixe uma criança com menos de 3 anos sozinha na banheira durante o banho.
  • Despeje toda a água de baldes e banheiras, logo após sua utilização.
  • Dificulte o acesso das crianças aos locais com água: vede as piscinas e cubra os tanques e poços.
  • Escolha praias e piscinas vigiadas e cumpra a sinalização.
  • Coloque sempre colete salva-vidas às crianças em águas agitadas, turvas ou profundas.
  • Coloque sempre braçadeiras às crianças em águas paradas, transparentes e pouco profundas.
  • Aprenda a fazer reanimação cardio-respiratória. Esse gesto pode salvar uma vida.
  • Em caso de afogamento, ligue 192 (SAMU) 193 (Corpo de Bombeiros).
  • Ensine as crianças a nadar, mas mantenha sempre uma vigilância.
  • Ensine a criança a não mergulhar em zonas que não conheça a profundidade da água ou se existem rochas submersas ou desníveis.
  • Ensine as crianças a nunca nadarem sozinhas e a se manterem perto das margens. Durante o verão, não se esqueça de aplicar um protetor solar às crianças antes de sair de casa e reaplicar várias vezes ao dia.
  • Fique atento com a administração do cloro e manutenção da piscina, e mantenha as crianças afastadas. O controle do pH da água e o tratamento com cloro merecem atenção e conhecimento.

AUXILIARES DE FLUTUAÇÃO

RECOMENDAÇÕES PARA A ESCOLHA DE BRAÇADEIRAS E COLETES SALVA-VIDAS

A utilização de auxiliares de flutuação adequados e bem colocados – braçadeiras ou coletes salva- vidas, quando as crianças estiverem brincando na água ou perto dela, é essencial que mantenha esse acessório, caso a criança caia dentro d’água.

“Apesar de não substituírem a vigilância em nenhuma circunstância, a sua utilização pode fazer a diferença entre a vida e a morte. É por isso essencial que estes equipamentos de proteção possuam determinadas características e que sejam corretamente utilizados. Existem muitos produtos no mercado, que não sendo equipamentos de segurança, se confundem facilmente com auxiliares de flutuação. É essencial que faça uma boa escolha”.

Alguns conselhos para a escolha e utilização de:

BRAÇADEIRAS

  • Devem ser adequadas ao peso da criança e cumprir as normas de segurança respectivas;
  • Se forem insufláveis, possuir duas câmaras-de-ar independentes, de preferência em forma de anel à volta do braço;
  • Serem de cores chamativas;
  • Em cada colocação, acabe de enchê-las já no braço para que fiquem bem ajustadas e para que a criança não as consiga retirar facilmente. Utilizadas em águas translúcidas, calmas e pouco profundas e devem ser colocadas mesmo quando a criança estiver perto da piscina (pode escorregar e cair).

COLETES SALVA-VIDAS

  • Devem ser adequados ao tamanho e peso da criança e estar de acordo com as normas de segurança respetivas
  • Não podem ser insufláveis
    As boias e colchões insufláveis não são equipamentos de proteção. São brinquedos e pode se tornar muito perigoso: viram-se facilmente ou são arrastados com o vento ou ondulação.”E lembre-se: nenhuma medida de proteção de afogamentos é 100% eficaz. As braçadeiras e coletes salva-vidas não substituem outras medidas complementares de segurança, nomeadamente a vigilância ativa e permanente dos adultos, a colocação de uma barreira física que atrase o acesso da criança à água e o conhecimento de técnicas de reanimação”.

SEGURANÇA NAS PISCINAS RECOMENDAÇÕES PARA A COLOCAÇÃO DE UMA VEDAÇÃO

Uma vedação eficaz tem que ter as seguintes características:

  • Não permitir a passagem de uma criança por cima, por baixo ou através dela;
  • Não ser escalável: não deve ter elementos que sirvam de apoio para os pés ou para as mãos;
  • Ter um portão (ou cancela) que se feche e tranque automaticamente, sempre que alguém o utilize;
  • Ter o fecho do portão fora do alcance das crianças, ou um mecanismo de fecho só possível de abrir através de duas ações distintas e coordenadas;
  • Não ter intervalos que permitam a passagem de uma criança
  • Ser sólida e estável, ou seja, a vedação deve ter:
    • No mínimo, 110 cm de altura, sem elementos que possam servir de apoio para subir.
    • No máximo, 9 cm de distância entre elementos verticais.
    • No máximo, 8 cm entre o pavimento e o bordo inferior da vedação; no caso do pavimento ser deformável (tipo areia), não deve existir qualquer intervalo entre a vedação e o chão.
    • Um portão com abertura para o exterior (do recinto da piscina), com um sistema de fecho automático.
    • O fecho ( puxador) poderá ser colocado na face interna do portão (do lado da piscina), a 10 cm abaixo do bordo superior da vedação (permite que um adulto de pé abra facilmente o trinco passando o braço sobre o portão, mas dificulta significativamente o acesso de uma criança ao trinco, sobretudo se ela estiver do lado de fora).
    • Alguma transparência, de forma a que o recinto da piscina seja visível do exterior.
    • Se a vedação for uma rede, as aberturas devem ser inferiores a 3 x 3 cm

Outros fatores importantes para uma vedação segura:

  • O fecho e os rebordos do batente e do portão não devem ser suscetíveis de causar “entalões” graves, seja pelo peso do portão, pela força com que fecha ou pela agressividade dos rebordos.
  • Não devem existir arestas, pregos, parafusos, juntas mal vedadas, farpas, elementos móveis ou outros que possam provocar cortes, perfurações, entalões ou, mais grave, amputações de dedos.
  • O acabamento superior da vedação não pode ser suscetível de provocar ferimentos numa criança mais ousada ou ágil (de preferência, deverá ser liso).

Fonte:
Recomendações retiradas do artigo “Segurança nas Piscinas”, APSI, Helena Cardoso de Menezes, 2008.

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