O “sistema” não valoriza a maternidade o suficiente, por isso, sempre reforçamos os cuidados à saúde
O UNFPA (Fundo de População das Nações Unidas) é um órgão subsidiário da Assembleia Geral das Nações Unidas e lembra que criar filhos traz sempre desafios, destacando que as mulheres já enfrentavam uma sobrecarga da jornada mesmo antes da pandemia de Covid-19 e conciliar sua vida profissional, tarefas domésticas e cuidados com seus pequenos e familiares.
Aquelas que decidiram sair temporariamente do mercado de trabalho para criar os filhos, podem encontrar dificuldades para retomar suas profissões, dificultando a vida financeira. Tornando-se mais dependente do seu companheiro e membros da família.
Outra complicação mencionada pelo UNFPA é a mortalidade materna, que atinge 211 mulheres para cada 100 mil nascimentos. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis pedem que a taxa seja reduzida para 70 mortes por 100 mil nascidos vivos.
Se…
Se valorizássemos, apoiaríamos tantas mães sofrendo de condições de saúde mental relacionadas ao pós-parto;
Não deveriam todas as novas mães ter tempo adequado para se conectarem aos seus bebês e recuperarem a sua saúde sem correr o risco de perderem seus empregos?
Não deveríamos deixar de assumir que todas as mulheres são destinadas a serem mães, desvalorizando assim a maternidade como algo inevitável e não uma aspiração?
Não deveriam os cuidados com as crianças e as responsabilidades domésticas serem igualmente divididos?
E deveríamos, de verdade, tornar a maternidade uma escolha, fornecendo às mulheres e às meninas as informações, os recursos e o apoio que precisam, como acesso a serviços de saúde reprodutiva e sexual, educação sexual de qualidade, planejamento familiar e acesso a anticoncepcionais, acesso à educação de nível superior e oportunidades econômicas, proteção da violência e acima de tudo, igualdade de gênero para tornar o mundo mais seguro, saudável e mais próspero para todos.
Licença-maternidade de 6 meses pode se tornar realidade
Bebês recém-nascidos precisam de muitos cuidados e atenção.
Os primeiros meses são importantes, pois é nesse período que o bebê se acostuma com a casa e a família, é levado com frequência ao pediatra para avaliação da saúde e do desenvolvimento e toma as primeiras vacinas.
Além disso, o aleitamento materno exclusivo é recomendado nos primeiros 6 meses de vida do bebê.
Por isso, as mães recebem a licença-maternidade: um benefício garantido por lei para que elas possam cuidar de seus filhos nesse período tão crucial, e se recuperarem das mudanças causadas pela gravidez e pelo parto.
Hoje em dia, a licença-maternidade é de 120 dias. Mas você sabia que existe uma lei para estender esse período?
Licença-maternidade: saiba qual é a lei atual
A lei atual da licença-maternidade é diferente para o setor público e para o setor privado. Mulheres que trabalham no setor privado – qualquer que seja o ramo da empresa em questão – têm direito a 120 dias de licença maternidade. Ou seja, aproximadamente 4 meses.
Isso só muda caso a empresa participe do Programa Empresa Cidadã. Nesse caso, podem ser adicionados mais 2 meses de licença-maternidade.
Se a empresa decidir por dar esses 2 meses a mais para sua funcionária, ela pode deduzir a remuneração da funcionária referente a esses 60 dias do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.
Para as servidoras públicas, no entanto, a licença-maternidade de 6 meses já é uma realidade. Os 180 dias são garantidos no setor público desde 2008, pela lei n°11.770.
Porém, os 2 meses a mais devem ser solicitados pela servidora. Cabe ressaltar que, mesmo sendo opcionais, esses 60 dias são garantidos pela lei.
Quem já tem filhos sabe que esse período a mais pode fazer toda a diferença: eles dão mais tempo para se acostumar à nova rotina, conseguir ajuda para cuidar do filho e passar mais alguns dias junto dele. Afinal, os primeiros meses do bebê são os mais difíceis para os pais.
Por isso, há uma proposta para aumentar a licença-maternidade de todas as mulheres para 6 meses.
Fonte: Organização das Nações Unidas (ONU) / Hemocord, texto adaptado por Débora Piruzini