Como lidar com essa recusa aos alimentos?

Algumas dicas para lidar com paciência e “autoridade”, respeitando seu tempo e desenvolvimento:

• Aceite a recusa por determinado alimento com paciência, respeito e compreensão, ao invés de adotar estratégias extremamente autoritárias ou punitivas que o pressionem a comer determinado alimento gerando um clima de caos nesta hora tão importante e sagrada.
• Tente perceber se está sendo manipulada por ele, que, ao sentir sua angústia para que coma, praticamente ele fica com uma “vantagem” em suas mãos.
• Mantenha-se calma e controle o seu nível de ansiedade.
• Não tenha medo de lidar com a agressividade de seu filho e se imponha – use sua autoridade, e não confunda isso com autoritarismo, crueldade, chantagem ou “dar o troco”.
• Seja confiante! Você é a mãe, por enquanto, é quem pode conduzir qualquer situação.
• Procure respeitar os horários das refeições e acostume o seu filho a comer nos lugares apropriados.
• Proporcione o melhor clima possível na hora da refeição, algumas mães adotam música e um momento que lhe traga tranquilidade.
• Caso seu bebê esteja entre os 9 a 11 meses, deixem que peguem a comida com as mãos e que sintam sua textura e espalhem sua comida no prato com a própria colher. Isso, estimulará sua curiosidade pelos alimentos, desenvolvendo suas sensações como: nojo, aflição, etc…
• É importante explicar sobre as cores dos alimentos, sua consistência (se são macios, duros, etc), e exalte sempre como são gostosos e importantes para a saúde.
• Aos poucos ajude seu pequeno a escolher o que comer, para que depois ele consiga fazer o seu próprio prato.
• “Não se esquecer de que sua expressão facial (sua expressão não verbal) estará sendo captada de forma exímia por seu filho. A expressão vale mais que mil palavras” – Sociedade Brasileira de Pediatria.

Com esses cuidados, passará essa fase de recusa alimentar de forma leve e tenha certeza que será passageira, contribuindo muito na estruturação da personalidade do seu filho.

Situações negativas

Nunca brigue com o seu filho para que coma tudo que VOCÊ quer ou o obrigue a comer tudo até o fim. Se perceber que não quer mais, insista uma ou duas vezes, mas não o force a comer.

Não “presenteie” seu filho se ele comer tudo e muito menos não use nenhuma punição quando não o fizer, senão ele irá aprender da pior forma, comparando suas emoções (compensadas) por meio de alimentação o que pode prejudicar seu desenvolvimento físico, o nutricional, atingindo diretamente no seu emocional.

É natural que a criança diminua seu apetite em uma determinada fase, ocorrendo aos 2 ou 3 anos. Ela passa a eleger apenas alguns alimentos (aqueles previamente conhecidos e aceitos) será uma tentativa de apresentar principalmente à mãe, que é um ser independente dela e tem suas escolhas e vontades próprias. Essa recusa é essencial para a construção do ego do bebê e da criança maior.

Quando a mãe permite que seu filho lhe diga “não”, ele está dizendo “sim” a si mesmo, fato que o auxilia no processo de diferenciação de sua mãe e no treinamento para sua autonomia – aquisição essencial para a vida mental e saudável.
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria – Editora Manole.