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Julho chegou e o período de férias também

Quedas, engasgos e muito mais: como evitar acidentes com as crianças em casa nas férias

Para a alegria da criançada chegou o período de férias escolares.
Tão aguardada pelos pequenos (e adultos) existem numerosas possibilidades de lazer, brincadeiras, viagens e descanso. No entanto, as férias alteram as rotinas, aumentando os riscos de acidentes, quedas e traumas dentro e fora de casa.

No ambiente doméstico, os responsáveis precisam se atentar e lembrar que os pequenos passam a habitar e devem cuidar de situações como queimaduras, envenenamento, afogamento, quedas, cortes, sufocação e choque elétrico.

Toda atenção é pouca para ficar ligado a cada movimento das crianças. Os acidentes mais comuns nas emergências são pequenos ferimentos e contusões, segundo o ortopedista pediátrico, Wilson Lino Junior, coordenador da ortopedia Pediátrica do Hospital infantil Sabará de São Paulo.

“As crianças estão sempre em movimento e procurando aventuras e interação com seus semelhantes. Devemos pensar em alguns fatores que podem justificar a maior quantidade de traumas e acidentes: a coordenação das crianças está em constante desenvolvimento, a marcha normal só se assemelha a de um adulto aos 6 anos de idade, mudanças corporais ocorrem até a fase final de crescimento, próximo dos 16 anos de idade”.

Segundo o médico, a criança cresce muito ao longo de pouco tempo e a relação com o mundo que a envolve muda constantemente. “Imagine que uma mesa tem a altura padrão de 80cm, uma criança aos 2 anos de idade pode passar por baixo da mesa sem necessitar abaixar e, em menos de um ano, precisa recalibrar seus parâmetros, pois se não abaixar irá bater a cabeça, um dos traumas mais comuns vistos nas emergências.”

É importante observar a criança após qualquer acidente. “Desmaios e vômitos são sinais de alerta com traumas de cabeça. Deformidades, dor intensa nos membros são sinais de fratura. Ferimentos cortantes com sangramento abundante também devem levar ao pronto-socorro”, enumera o médico para o Viva Bem.

“No caso de trauma nos membros, recomenda-se imobilização provisória, nos ferimentos sangrantes deve-se envolver com toalha ou pano limpo e não fazer garrotes e torniquetes. Nunca colocar substâncias como café, óleo, pasta de dente e outros produtos de crendices que podem contaminar os ferimentos, causar infecções graves e dificultar o tratamento”, alerta o ortopedista.

Os acidentes mais frequentes costumam ocorrer dentro de casa, onde os pais, em geral, estão mais tranquilos por considerar um ambiente seguro.

Engasgos

A criança na fase oral, normalmente, põe tudo na boca. Se o objeto for pequeno, a criança tem risco de aspirar ou de deglutir. Lembrando que os objetos que representam mais risco para a criança são as baterias. Então, os pais devem tomar muito cuidado para manter longe de casa brinquedos com baterias pequenas, porque as baterias que não são alcalinas, em contato com a mucosa tanto nasal quanto a mucosa digestiva, corroem a mucosa e provocam perfuração e destruição do tecido e isso é extremamente grave, a criança deve ser atendida o mais rápido possível”, alerta a médica a otorrinolaringologista Saramira Bohadana, responsável pela área Aerodigestivo do Hospital infantil Sabará de São Paulo.

Ela reforça que não se deve esperar para ver se o objeto sai nas fezes. “A família da criança deve sempre procurar o pronto-socorro mais próximo quando perceber que a criança se engasgou ou se ela teve algum acidente com o corpo estranho e nunca esperar para ver o que vai acontecer ou se vai eliminar nas fezes”.

Pipoca e amendoim

É bem difícil encontrar uma criança que não goste de pipoca, mas as pequenas devem ficar longe do alimento, assim como do amendoim, pelo alto risco de engasgo.

“A orientação é evitar a exposição de amendoim e de pipoca para criança de 2 a 4 anos, onde o risco de engasgo é maior. Também tirar brinquedos pequenos como legos e brinquedo com bateria nem pensar. Então é tirar todo tipo de objetos que a criança pode pôr na boca e eventualmente aspirar”.

Objetos perigosos

No cotidiano aparentemente calmo para nós adultos, é um parque de diversões para os pequenos e os principais acidentes com engasgos ocorrem com pedras de roupa, bijuterias, borracha, plástico, pedaço de brinquedo e comida. As crianças podem engasgar tanto tentando engolir quanto aspirando esses objetos para via aérea.

“Os casos de aspiração de objetos para via aérea são mais raros, mas o de deglutição são os mais frequentes. Na nossa estatística 36% dos casos foram de via digestiva. Enquanto que 31% foram objetos colocados na cavidade oral e 5% dos casos foram de orofarine e 27% dos casos são objetos colocados no ouvido”, detalha a especialista.

Prevenção

Vamos enumerar alguns cuidados importantes:

  • Colocar protetores que evitem o fechamento repentino de portas – situação que pode causar acidentes graves, como amputação de pontas de dedos das crianças.
  • TVs e objetos mais pesados devem ser fixos, para evitar a queda.
  • Deixar os brinquedos que correspondem a idade da criança ao seu alcance. Remédios e produtos de limpeza devem ficar longe do alcance dos pequenos e um local seguro.
  • Importante explicar e mostrar os riscos de um fogão ou forno enquanto estiver cozinhando.

Eduque seu filho a manusear objetos como copo, talheres, carregar de um jeito que ao derrubar não se machuque. Explique que deve usar as duas mãos, nem correr enquanto carrega alimentos, copos ou brinquedos etc. Normalmente as crianças gostam de ajudar e participar de atividades, por isso, comece ensinando tarefas de fácil compreensão.

Emergência

O número 193, do Corpo de Bombeiros, recebe chamados para acidentes domésticos com crianças todos os dias. No período das férias escolares, entretanto, esse índice aumenta significativamente.

As principais ocorrências envolvem piscinas, panelas ao fogo e energia elétrica. Muitas vezes por negligência do responsável, por isso, a atenção deve ser redobrada quanto a proteção da criança.

Siga as seguintes orientações:

  • Piscinas: as crianças devem estar sempre na companhia de um adulto e utilizar equipamentos de segurança, como boias. NUNCA as deixe sozinhas.
  • Panelas e fogão: os cabos das panelas devem estar voltados para dentro do fogão, para evitar que a criança puxe o cabo e se queime ou derrame água quente. Caso tenha que atender uma ligação ou sempre que possível, desligue o fogão.
  • Energia elétrica: Evitar o uso de eletrônicos, como celular, enquanto o aparelho carrega, para evitar descargas elétricas e explosões. Com a finalidade de reduzir a recorrência desses e de outros acidentes a corporação tem o Programa Bombeiro na Escola (PBE) em todo o estado.

LEMBRE-SE em caso de acidente, a família ou cuidadores devem ligar imediatamente para o Corpo de Bombeiros. Em casos como queimaduras, é necessário manter o local sob água fria corrente e não passar nenhum produto químico no ferimento. No caso de afogamentos em piscinas, enquanto ligar 193, seguir orientações via telefone, para realizar os procedimentos até a chegada da viatura. Mantenha a calma.

 

Fonte: Viva Bem UOL

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