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Maternidade e mercado de trabalho

Confira um panorama sobre o tema!

Quando mencionamos sobre diversidade nas empresas, não podemos deixar de lado o papel da mulher no mercado de trabalho. Principalmente, quando as mulheres são mães. É importante debater sobre o papel que mães representam nas organizações e as ações que devem ser feitas para apoiá-las nos mais diversos contextos deve ser uma das prioridades para lideranças e gestão de pessoas.

Além de ressaltar, por aqui, como a sua empresa pode auxiliar a mudar essa complexidade e por vezes injusta realidade profissional dessas mulheres.

Maternidade e mercado de trabalho: qual é o panorama do Brasil e do mundo?

A mulher no mercado de trabalho

Quando analisamos a situação das mulheres no mercado de trabalho, já nos deparamos com algumas desigualdades preocupantes. De acordo com dados do IBGE, a remuneração feminina no Brasil corresponde a 76,5% do que os homens ganham para desempenhar as mesmas funções. No mundo, o contexto é similar, segundo informações do Fórum Econômico Mundial.

Por aqui, a discrepância acontece mesmo com a realidade de maior quantidade de horas trabalhadas pelas mulheres, em comparação com os homens. Essa quantidade chega a três horas por semana, em média, já que podem ser considerados, nessa contabilização, os afazeres domésticos. Para além de tudo isso, o nível educacional delas também é mais alto, o que agrava a questão da menor remuneração.

Segundo um estudo feito pela Catho, mesmo quando o recorte é o de mulheres com curso superior, ainda existe desigualdade. Isso porque 30% das mulheres finalizaram a universidade (enquanto os homens estão na faixa dos 24%), e mesmo assim eles podem ganhar até 52% a mais que elas.

As mães no mercado de trabalho

Quando fazemos uma relação das mães no mercado de trabalho, encontramos outros problemas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade não está mais presente no mercado de trabalho, padrão que se repete até mesmo 47 meses depois.

No levantamento, foi constatado que, dentre 247 mil mães, 50% foram demitidas após, aproximadamente, dois anos da licença maternidade. Vale destacar que, de acordo com a Lei 14.020, as mulheres devem ter estabilidade de emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

Os dados reforçam a disparidade no mercado de trabalho do tratamento dado às mulheres que se tornam mães em comparação aos homens que se tornam pais. É importante reforçar que, diferentemente do que é visto na prática, responsabilidades parentais devem ser igualmente divididas e respeitadas pelas organizações.

Além disso, há diferenças quando existe o recorte de escolaridade, evidenciando outro problema: a desigualdade social. Mulheres que têm curso superior apresentam queda de emprego de 35% após 12 meses da licença, enquanto mulheres com níveis mais baixos de escolaridade chegam a uma queda de 51%.

Outro estudo publicado pelo College Voor de Ritchen van de Mens, que analisou o mercado de trabalho holandês, pôde constatar que 1 em cada 5 mulheres foi rejeitada em candidaturas devido à gravidez, enquanto 34% que estavam prestes a assinar um contrato afirmaram que as condições mudaram quando a empresa soube da maternidade. Logo, percebe-se que os desafios para as mães começam já no período pré-parto.

Outro levantamento feito pela plataforma Vagas.com mostra que, durante algumas etapas de processos seletivos, mais de 70% das mulheres já foram perguntadas se são ou pretendem ser mães. E em muitos momentos, também aparecem perguntas como “quem cuidará do seu filho se ele ficar doente?”.

Quais são outros aspectos da maternidade no mercado de trabalho?

Tempo de retorno

Segundo o mesmo levantamento feito pela Catho mencionado acima, 45% das mulheres demoram cerca de 3 meses para retornar às suas atividades profissionais. Apesar de a lei possibilitar que elas fiquem até 6 meses afastadas, o tempo curto se justifica pelo receio que elas têm de perder os seus cargos ou, em alguns casos, até mesmo perder o emprego.

Período de licença

Todas as trabalhadoras gestantes têm seus direitos previstos na CLT. Sendo assim, qualquer profissional que esteja devidamente contratada dessa forma tem total direito à estabilidade gestante até 5 meses após o parto.

Como mencionado acima, a estabilidade gestante nada mais é do que uma proteção ao emprego da grávida, que tem como principal objetivo oferecer garantia de continuidade da ocupação da mulher desde a confirmação da gravidez até o 5º mês após a gestação.

Perdas de oportunidades

Mesmo em empresas que oferecem um espaço aberto para o crescimento das mulheres que são mães, ainda há barreiras que impedem o desenvolvimento.

No estudo, foi identificado que 47% das pessoas analisadas abriram mão de oportunidades de promoção em sua própria empresa ou em outras organizações, uma vez que teriam dificuldades para conciliar a rotina de casa com as demandas que a oportunidade exigia.

Medo e ansiedade

Quando há necessidade de fazer uma solicitação na empresa que envolva alguma atividade com os filhos, seja consulta, seja necessidade de oferecer um apoio maior devido a alguma dificuldade, 50% das mulheres afirmaram que sentem medo, justamente pela discriminação que ocorre no mercado.

Maternidade solo

O cenário da maternidade solo também é repleto de obstáculos, dentro e fora do contexto empresarial. Além do preconceito e das oportunidades limitadas de crescimento profissional, há também o desafio do cuidado e convívio integral com os filhos, o que faz com que muitas mães solo vivam com sobrecarga de trabalho e responsabilidades e também com dificuldades financeiras.

Num recorte racial, vale destacar que mais de 61% das mães solo no Brasil são mulheres negras, que enfrentam barreiras de acesso a direitos básicos e que estão, em sua grande parte, abaixo da linha da pobreza, de acordo com o IBGE.

Qual é o papel das empresas nesse cenário?

Recrutamento e seleção

O preconceito, muitas vezes, é observado desde o processo de recrutamento e seleção. Apesar de ser completamente indelicado, muitos recrutadores ainda realizam perguntas relacionadas à maternidade nas entrevistas.

Para além da questão ética, isso pode gerar até mesmo uma imagem negativa para a organização, uma vez que constantemente há debates nas redes sociais (LinkedIn, por exemplo), nos quais as pessoas expõem experiências negativas e constrangedoras nesse sentido.

 

 

Fonte: Qulture.Rocks

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